Edmundo conversou com filho de Eurico e diz ter 'reatado laços' com Vasco

Enquanto o Caça e Pesca de Romário empatava em 1 a 1 com o Santa Mônica, Edmundo assistia ao desempenho do treinador-atacante pensando no futuro. O Animal e o Baixinho se enfrentam dia 26, pela final da Taça Rio de Futebol Soçaite, mas pela cabeça de Edmundo passava outro reencontro. Caso não renove contrato com o Palmeiras, o atacante admite a hipótese de voltar ao Vasco. Neste caso, os ex-melhores amigos e ex-grandes desafetos voltariam a trabalhar juntos pela primeira vez em São Januário desde a briga que se tornou histórica, em 2000. Naquela ocasião, irritado com as regalias de Romário, Edmundo chamou o Baixinho de príncipe do reinado de Eurico Miranda. Pouco depois, Romário retrucou e apelidou Edmundo de bobo da corte de São Januário.

- Nem gosto de me meter nessa história. Mas comigo, se vier o Pelé, o Edmundo ou o João, vão ter o mesmo tratamento. Se tiver condição, joga - comentou Romário, que há anos é tratado com regalias por onde passa, inclusive na última vez em que jogou com Edmundo, no Fluminense, em 2004.

Portas abertas

Edmundo também garante que os atritos do passado não reduzem as chances de um dia voltar a jogar no Vasco:

- Não tenho problemas com o Romário. Outro dia, nos encontramos aqui e conversamos. Mas já fomos muito mais amigos.

Depois de planejar encerrar a carreira este ano, Edmundo viu o Palmeiras perder a vaga na Libertadores na última rodada do Brasileiro, fato que fez o atacante adiar a aposentadoria. Esta semana, ele conversará com os dirigentes do clube paulista para saber se há interesse em sua permanência. Depois começará a analisar propostas, mas ficou feliz em ver as portas do Vasco se reabrirem.

- Tive uma conversa muito boa com o Euriquinho (filho do presidente Eurico Miranda) há algumas semanas e pude reatar meus laços com o Vasco. Estava com receio de ir ao clube - disse Edmundo, de 36 anos, que ainda cobra do Vasco uma dívida de R$ 2,6 milhões. - Meu filho (Júnior) virou Botafogo. Ele anda muito com o filho do Donizeti, que leva o garoto para os jogos. Com todo respeito ao Botafogo, isso é decepcionante. Euriquinho disse que não gosta de me ver jogando em clubes sem muita tradição, como o Figueirense, e falou que vou encerrar a carreira no Vasco. Nem que seja por um jogo.

Edmundo disse ter recebido uma proposta oficial do Coritiba e de um clube do Vietnã.

- Quero ficar no Palmeiras, mas ainda depende da definição de quem será o treinador.

Confiança na absolvição

Porém, Romário só indicou um jogador a Eurico: Beto. Mesmo assim, o meia ainda precisa mostrar no dia 2 de janeiro que está em boas condições físicas.

- Não conheço nenhum reforço, sinceramente - disse Romário, referindo-se a Calisto, o nigeriano Abubakar, Ricardo e o chileno Villanueva. - Mas comigo não tem esse negócio de ser conhecido. Vai dar certo. Trouxe o Alfredo (Sampaio), que é um cara sério, dedicado.

Em época de dedicação aos jogos do Caça e Pesca, o técnico-atacante Romário não se empolga com as novidades, mas ainda assim consegue enxergar pelas lentes de seus óculos escuros um futuro de esperança para o time no Campeonato Carioca, que deve marcar sua despedida dos gramados.

O técnico já tem uma espinha dorsal para começar o trabalho, mas ainda aguarda a definição sobre o destino do goleiro Cássio e Leandro Amaral, que teve um novo contrato registrado na CBF, mas foi anunciado por Renato Gaúcho como reforço do Fluminense para 2008. O presidente do Vasco, Eurico Miranda, vai convocar uma nova entrevista coletiva para comentar o caso, levado à Justiça por Leandro.

- Confio no Morais, Leandro Bomfim, Alan Kardec, Wagner Diniz e Jorge Luís - disse Romário, que amanhã será julgado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva pelo exame positivo do dia 28 de outubro para finasterida. - Li outro dia que vão tirar em janeiro essa substância da lista de proibição. Estou confiante.




Fonte: Jornal do Brasil (texto), O Globo (foto)